A bancada do Movimento Democrático de Moçambique(MDM) desafia o Governo a adoptar acções enérgicas para combater o terrorismo em Cabo Delgado. (MDM) desafia o Governo a adoptar acções enérgicas para combater o terrorismo em Cabo Delgado. Falando no encerramento da segunda sessão da Assembleia da República, o chefe da bancada deste partido, Fernando Bismarque, disse que a intensificação dos ataques terroristas que antes estavam circunscritos na província de Cabo Delgado e que nos últimos tempos atingiram as províncias do Niassa e Nampula, continua a representar uma enorme ameaça à segurança do país.
No seu discurso, Bismarque disse que além de decapitação e sequestros, o terrorismo já provocou 100 mil deslocados, na sua maioria idosos. Segundo disse, essa fuga massiva das populações, sobretudo para a província de Nampula, representa um desafio para as autoridades locais, principalmente em termos de alimentação, água, saneamento, integração das crianças na escola e assistência sanitária. Nesse sentido, o MDM entende que é urgente que as Forças de Defesa e Segurança (FDS), em conjugação de esforços com as forças do Ruanda, se desdobrem para resgatar a segurança e a soberania nacional em constante ameaça, porque só assim é que o país terá condições para atrair investimento externo ou tirar maior proveito das imensas riquezas que dispõe.
“A insegurança que afecta o nosso país faz parte do drama social que o povo enfrenta em Cabo Delgado e Nampula e os raptos na cidade de Maputo”, disse, recordando ainda que, relativamente ao terrorismo “parece-nos óbvio que a pobreza extrema fruto de anos de exclusão social, contribui para o recrutamento dos jovens para ingressar às fileiras inimigas com promessas de emprego”, anotou. Para Bismarque, persistem desafios no processo de reintegração social e assistência às famílias deslocadas em Cabo Delgado e Nampula. Fernando Bismarque sublinhou que, sem uma correcta gestão no processo de reinserção social das vítimas do terrorismo, poderá gerar o sentimento de exclusão de parte significativa do povo moçambicano.
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“Por isso, somos todos chamados a encontrar soluções para proteger grupos mais vulneráveis. É necessário restaurar o contrato social há muito rasgado, devolver a confiança perdida, de modo a evitar o desdobramento do terrorismo para as outras regiões do país.
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